Explicar o sucesso de um musical que está em cartaz na Broadway há quase meio século e com seis montagens diferentes pode ser redundante para os amantes do gênero. No entanto, prever o mesmo fenômeno após uma pincelada tupiniquim é algo ousado, porém inevitável.
A versão brasileira de Gypsy, adaptada pela dupla Charles Möeller e Cláudio Botelho, tem todos os atrativos necessários para manter a atenção do público em suas três horas de duração: cenários variados e adequadamente construídos, figurino fiel ao período retratado na história (décadas de 1920 e 1930), alternância entre humor e drama sem doses de constrangimentos, texto dinâmico, músicas envolventes e elenco de primeira.
Por falar em elenco, todo e qualquer elogio a Totia Meireles, responsável por dar vida à megera e obcecada Mama Rose, não será piegas e se faz absolutamente necessário. Sua atuação marcante deixa boquiaberto qualquer estreante em plateias de musicais e justifica sua indicação à categoria Melhor Atriz na etapa carioca do Prêmio Shell. Sua voz, postura em palco e fôlego para cantar sete músicas sem sair do compasso mostra que ela conquistou a maturidade artística e é, sem sombra de dúvidas, uma das principais atrizes de musicais do Brasil. O espetáculo, definitivamente, é dela.
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